terça-feira, fevereiro 10, 2009

Sofrevivemos

Neste País onde vivemos
Anda tudo trocado.
Vamos do sério que rouba
Até ao ladrão que é roubado.

Batem no Professor como der jeito,
Onde já se viu impor o respeito?
Mas protegem estúpido puto calão,
Pois é o futuro da nação.

Criticam o polícia e cospem-lhe na figura.
Porque cumprir a lei é uma ideia escura.
Meliantes ficam livres e processos pelo cano,
Pois não se prende um emigrante Africano.

Velhos sem orgulho com reforma de miséria,
Vivendo numa casa caindo de podre.
Calões oportunistas de que vivem da léria,
Com rendimento mínimo, pois é um emigrante pobre.

Ficam sem bens os que não pagaram do pouco.
Ficam sem dinheiro pela manutenção do banco.
Mas há quem faça desfalques
E à prisão não dão troco,
Pois no tribunal pintam o mais preto de branco.

O pobre que tem um azar na vida quando menos esperava,
Todos têm pena e encolhem os ombros.
Outros, quando perdem algum, enquanto dinheiro lavava,
De quem descontam, cai dinheiro aos tombos.

O certo é errado.
O errado está certo.
O que devia estar para cima,
Está a fazer o pino.
Já não sei para que lado ir!
Não sei se devo descer
para chegar ao cimo.

É isto que queremos?
É isto que pretendemos?
Deixar comer sem comermos?
Onde está Justiça?
Porque ainda cá estamos?
Porque temos preguiça?
Porque não termos tempo
Para reparar
Que temos as vistas tapadas?

O desespero é tanto,
A vontade de revolta é colossal,
Que já há quem queira o bem pelo mal.
Que já há tenha esquecido o azar.
Há quem queira de volta Salazar.

Calem os Freeports.
Calem os ricos gulosos.
Por favor! Sacudam a caspa de cima.
Levantem-se e tenham brio.
Quero sentir calor quando vou à rua.
Ajudem-me!
Estou farto de sentir frio.

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