quinta-feira, março 07, 2013

Sorte

Gelam-se as mãos
Mas não meu peito.
Adormece-se meu corpo
Mas não meu leito.
Sou feliz como mereço
nesta vida do “vamos indo”.
Já só quero e nunca peço,
Queixo levantado.
Vivo sorrindo.

Realizei em tempo de calma,
O tempo que fiz com cuidado.
Guardo o melhor na alma,
E o pior em outro lado.

Mais dias virão.
Algo está para mudar.

Uma nova canção,
Que me fará cantarolar.

Porque desafino,
Posso não cumprir.
Mas alegre será,
Fazer todos sorrir.

Não espero!
Fartei-me do tempo a fugir.
Também não me revolto,
Ainda não estou a cair.

Não estou sentado,
Com medo de ficar demente.
Estou de pé
Embora com alma dormente.

Calem-se as bocas
Fechem-se as miragens.
Não são as vozes roucas
Que me ditarão as margens.

De olhos abertos.
De ouvidos bem tapados.
Ciente que fui e que ainda sou.
Estou pronto de punhos fechados
Para enfrentar a sorte que me tocou.

6 comentários:

  1. Parece-me que a sorte não te foi assim tão adversa, Edu!
    Descerra os punhos, destapa os ouvidos e se és feliz nessa vida do "vamos indo" é porque não vais muito mal. Não peças demais à vida e aceita o que ela te dá...:))

    Tens muito jeito para a poesia. Sim, senhor! Gostei.

    Beijos e continua em frente!

    Janita

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    1. Janita! Tenho os meus altos e baixos.

      Mas de uma forma geral sou um tipo positivo... menos dias que me apetece mandar tudo... coiso! :)

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  2. A alma inquieta as veze atrai a sorte pois ela fica intrigada de onde vem tantos sorrisos.
    Estarei aqui mais vezes.
    Bom final de semana
    beijos

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    1. Ateliê Tribo de Judá, serás sempre bem vinda. Este blog tanto fala coisas mais ou menos certas como é só para a simples estupidez! :D

      O que interessa é fazer rir... ou pelo menos sorrir!

      Vá! Um simples "este gajo é maluco" já fico contente. :D

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  3. Ena, Eduardo, este é um autêntico manifesto existencial... E nele encontro muitas contradições - de que é feita a vida, afinal!
    Gostei de "Não serão as vozes roucas / Que me ditarão as margens"!
    Um beijinho

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