quinta-feira, março 01, 2007

Rimas

Ando aqui às voltas com as rimas.
Doí-me a cabeça e ando meio à toa.
Procuro portas, frestas, pinas.
Uma coisa que a alma não roa.

Mas que porra! Falta de musa.
Até o estômago está embrulhado.
Será porque estou sem tusa?
Será que o iogurte estava estragado?

Rimo o Saborosa com o Gomes,
Rimo a Carolina com a Raposo.
Rimo calhau com pedra pomes,
Rimo o prazer com o gozo.

Uma varanda batida pelo Sol.
Um vento que deixou de correr.
Sinto-me desfalecer, inerte, mole.
Como quem está prestes a morrer.

A cabeça doí-me.
O corpo está a gritar.
A alma treme,
Pede para a masturbar.

Espremo o cérebro,
E nem pinga saí.
Grita por sonhos,
Sem dizer um aí!

O coração bate lento.
Mas não pára.
Espera por um momento.
Coisa rara.

Formigueiro na ponta dos dedos.
Um dormência na língua.
Acabaram-se os medos.
Ficou o espírito à mingua.

Ando às voltas com as rimas.
Tenho mais baixos que cimas.
Tenho mais rabos que crinas.
Sorte! Comigo não opinas.

O excremento rola no chão.
E não consigo me desviar.
Dou-lhe sempre um encontrão
Quando não estou a olhar.

Ser inteligente,
Ao ponto da estupidez.
Um língua dormente,
Dos poucos sims e dos talvez.

Ando com a rimas às voltas.
Ando com as voltas rimadas.
Ando cheio de pontas soltas.
Para o lado das caras viradas.

Cinco números para ser infeliz.
Mais duas estrelas para o inferno.
Vivo uma vida onde sou aprendiz.
Numa estação que é sempre Inverno.

Ando com a rimas embrulhadas.
Ando sem sair do lugar.
A lado nenhum são as chegadas.
Onde as partidas estão por marcar.

Já não rimo,
Suprimo.

5 comentários:

  1. Nesse caso sugiro uma boa fuga para a frente. O pior é que não tenho sugestões, quanto a destinos.

    ResponderEliminar
  2. Epah...andas-t a sair com umas poéticas...o excremento rola no chão...nao é qualker um k se lembrava disto!!!

    ResponderEliminar
  3. também queria meter no papel
    aquilo que realmente sinto
    mas sei, que no escrever sou cruel
    fantasio imenso e sei..
    sei que minto.
    minto..
    minto sem querer
    mas sai-me assim,
    fluente a tinta a correr
    por sentir aquilo que não sinto.
    Fico raivosa da vida
    que no papel desenhei,
    e acabo por ser inserida
    na dor que a outros roubei.
    Mas no fundo, no fundo, no fundo..
    ..e tão bem que diz o povo;
    donde provém o fumo há fogo,
    e a minha doença é a descrença
    da razão por que vim ao mundo.
    Ando de gatas no chão
    ando a latir como um cão
    e mio..
    como uma fata com cio.
    Com nada me contento,
    nada faço, nada produzo
    o dia todo é um desalento
    sou uma rosca sem parafuso.
    Ando à toa desnorteada,
    sem saber o que fazer
    descabida, desmotivada,
    sem fazer rigorosamente nada
    daí a razão do meu escrever.

    ResponderEliminar
  4. Palmas Nena!
    Palmas!

    ... muito bom!
    Arranja um blog e escreve!

    ResponderEliminar
  5. merci..mas ler-te é outro gozo.
    smak!

    ResponderEliminar